A Felicidade de Proibir

Sem cachoros bicicletas e natação

 

A Felicidade de Proibir

Esta imagem parece algo forçado e fora da realidade, mas se prestarmos atenção com detalhe no nosso dia a dia, nos lugares por onde passamos, em tudo que vivemos, poderemos perceber as privações que cada vez mais tomam conta de nossa liberdade. Exitem claro proibições que são lógicas, que nos mantem vivos, afinal não é permitido matar, até onde sabemos.

Porém novas proibições surgem, novos paradigmas que não são discutidos, que são deixados de lado, e que tiram nossa liberdade de escolha e de livre convivência. Existe uma velha história que ouvi certa vez de uma senhora, de que na bahia perto de onde morava havia uma praia, todos os dias eles ainda crianças iam brincar nesta praia, era um local movimentado, famoso, o que trazia pessoas de todos os tipos e em todos os momentos, dia, tarde, noite e madrugada.

Os frequentadores desta praia começaram a se incomodar com a presença de outros tipos de pessoas, que tinham outras formas de levar a vida. Estas fumavam, bebiam, e a noite chegavam a fazer sexo naquela praia. A solução para o problema foi tomada, vamos fechar a praia a noite. Agora portanto a praia tinha horário para funcionar, tinha hora de entrada e de saída, e “ai” de quem tentasse descumpri-lo, era recebido a bala dizia ela. Depois de algum tempo a praia continuou “mal frequentada”, mas agora eram númerosos também de dia, não houve outra solução que não a de fechar a praia para sempre.

Vemos aqui uma história que pode ou não ser real, mas que eu levo para mim como uma lição de vida. Nossa sociedade perdeu, ou nunca teve, a habilidade de conversar, de conviver, de solucionar os seus problemas em conjunto. Isso acontece em nossas vidas a todo momento, sempre que nos irritamos com alguém no transito, sempre que deixamos de ir a algum lugar por que temos medo da localização, e claro, sempre que somos privados de algum direito por conta de uma falta de consciência coletiva.

Um exemplo claro que podemos citar, são os casos frequentes de brigas entre vizinhos. Muito mais frequente para quem mora em condomínio, onde sempre existe aquele vizinho chato, o reclamão, que não pode ouvir uma conversa mais alta que já está lá chamando o síndico. Ele que na preocupação de continuar com a vida tranquila, liga e repassa a reclamação para o morador, que nada tem a fazer se não parar com sua vida. O vizinho não pode 1 ou 2 vezes por mês receber seus amigos em casa para uma reencontro, uma conversa. Esta ai um exemplo claro da falta de habilidade para conviver em sociedade, as pessoas não conversam com seus vizinhos, e ainda usam um intermediário, para que ele não precise ter o transtorno de discutir a situação e o seu incomodo. Será que não seria melhor compreender as necessidades e a vida de cada pessoa antes de pré-julgar, e de proibir um momento de felicidade de outras pessoas?

Claro que não é certo incomodar o seu vizinho, mas também não pode ser um incomodo para você aquela atitude egoista que ele tem ao tratar as pessoas? Aquele jeito egocêntrico de não dar um simples bom dia para seu porteiro, o qual ele vê todos os dias pela manhã? Também aquela sua prontidão em reclamar de tudo sem saber o por que de estar reclamando, não seria um incomodo? Isso não é proibido pelo condomínio, e todos são obrigados a aceitar e a conviver com essas características as vezes. Por que então tirar o direito de por poucas vezes fazer um barulho mais alto, de comemorar um aniversário com mais felicidade que o habitual, ou mesmo de um bate papo na varanda de sua casa com seus amigos?

Será realmente que a proibição é o caminho correto para a boa convivência? Aparentemente essa é a solução mais fácil e é por esse caminho que estamos seguindo. Desaprendendo a conversar e a conviver estamos chegando ao ponto onde cumprimos o ciclo natural da vida sem dar 1 passo se quer para fora, nascemos, crescemos, trabalhamos, casamos, temos filhos e morremos. É realmente só isso que é a vida? Estamos nos tornando modelos que saem de uma linha de montagem e que seguem por um trilho, sendo apenas aquele o trilho o correto, e os que ousam sair são proibidos e punidos.

Pense no seu caminho diário para a casa, trabalho, escola, faculdade, o que for, pense neste caminho, e tente faze-lo diferente. Você vai chegar onde quer não vai? As vezes pode ir mais rápido, as vezes pode levar mais tempo, mas a lição ai é a de que você vai chegar onde quer. Nunca você vai saber se aquele é o melhor caminho para ir trabalhar, se você não andar pelos outros caminhos, por que as vezes não é o caminho mais curto que você procura.

Claro que é mais fácil ter controle e fazer todos os dias aquele mesmo caminho, mas você deve saber algo que talvez nunca tenha pensado, de que outros caminhos podem te trazer algo de que você nunca estaria esperando, eles podem te fazer realmente feliz.

 

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